Intel apresenta conceito de tablet educacional

Depois da linha de notebooks Classmate, a Intel apresentou nesta quinta (27) seu conceito de tablet educacional para ser usado nas escolas brasileiras. O produto é apenas uma prévia do que poderá ser lançado no mercado – a Intel ainda negocia a fabricação com empresas de PCs no país –, mas é o primeiro ultraportátil criado exclusivamente para uso em educação.
No mundo, de acordo com a Intel, já são 5 milhões de estudantes que utilizam dispositivos educacionais. Apenas no Brasil, 150 mil alunos em 300 escolas dispõem de notebooks educacionais nas salas de aula.“A criança cada vez mais tem contato com a tecnologia fora do ambiente escolar. No Brasil, 66% das crianças da classe C tem acesso a internet. Não faz sentido deixar as novas tecnologias do lado de fora da sala de aula”, explicou Fernando Martins, presidente da Intel. “O aluno do século 21 será mais bem-sucedido se tiver seu ensino integrado às tecnologias”, completou.
Martins ressalva, no entanto, que o tablet é apenas uma ferramenta dentro de uma cadeia que deve ser proposta nas escolas – sozinho ele não é suficiente para “educar”. “O uso de tecnologias assim depende da instituição de uma política pública, aliada a um modelo pedagógico específico, da formação dos educadores que vão lidar com elas, além de um novo método de avaliação dos próprios alunos.”
O tablet da série Learning da Intel, da qual faz parte o Classmate PC, já usado em algumas escolas do Brasil, possui uma configuração básica. A tela, de 7 polegadas, é multitoque e capacitiva, com resolução de 1024 x 600 pixels (widescreen). Possui entradas USB e HDMI, acelerômetro, câmera frontal (0.3 megapixels) e traseira (2 megapixels), suporte a Wi-Fi e 3G. O desempenho fica por conta do processador Atom Oak Trail, da fabricante.
 
O grande diferencial do ultraportátil, que pesa 550 gramas, é sua alta durabilidade, tendo em vista seu “público-alvo”: é à prova d´água (possui capas emborrachadas especiais para proteger as entradas e conectores), resistente à poeira e queda. Durante a apresentação, Fábio Tagnin, gerente de Educação da Intel do Brasil, deixou o tablet cair propositalmente várias vezes para mostrar sua resistência e o dispositivo permaneceu “ileso”.
Como dispositivo de segurança, o tablet possui um sistema de emissão de certificados digitais. “Eles têm duração que varia de um a dois dias; depois, é necessário que o tablet esteja na escola para que um novo certificado seja emitido. Quando ele expira e não é renovado, o dispositivo para de funcionar”, detalha Tagnin. Ainda segundo o executivo a faixa de preço do tablet ficará próxima a de notebooks usados no Programa Um Computador por Aluno (Prouca), que estão em torno de R$ 344 e R$ 376.
Um Computador por Aluno
Segundo o presidente da Intel, o lançamento do tablet também tem como foco seu uso dentro do Programa Um Computador por Aluno (Prouca), do Governo Federal, que pretende promover a inclusão digital nas escolas públicas no país, mediante o financiamento de computadores portáteis às instituições. “Existe o programa e o desejo de continuidade e expansão dele”, disse.
O principal empecilho à expansão do programa, no entanto, ainda é a deficiência em banda larga no país. Conforme avalia Tagnin, apesar de existir um movimento para que todas as escolas públicas sejam conectadas à internet, a média de velocidade dos links ainda é baixa. “Aqui, vemos escolas com 2 Mbps (megabits por segundo), velocidade que tem de ser dividida com 500 alunos. No Chile, as escolas públicas já tem banda larga em torno de 10 Mbps, fica até difícil comparar.”

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